Benefícios, performance e eficiência
Babaçu é o nome genérico dado às palmeiras oleaginosas pertencentes à família Palmaceae e integrantes dos gêneros Attalea e Orbignya. A palmeira do coco babaçu alcança entre 10-30 metros de altura e pode atingir a produção plena após 15 anos. Os frutos produzidos são extremamente apreciados, por todo Brasil, tanto pela fauna silvestre, quanto pelos humanos. Os frutos dão em cachos, em média 3 a 5 por cada safra, com 300 a 500 cocos cada um.
A coleta dos frutos ocorre de maneira natural, sem agredir o meio ambiente ou danificar a árvore. No tempo de maturação, os frutos maduros começam a cair no chão. Um tipo de manejo comum e sustentável envolve a concentração, em áreas degradadas ou com baixa densidade, de palmeiras a partir de mudas de palmeiras produtivas, com a separação de seus cocos maduros e de boa qualidade, para serem espalhados pela área em questão.
A partir dessa coleta, os cocos devem ser abertos para a retirada das amêndoas. A forma mais tradicional é a quebra do fruto, realizada por mulheres das regiões produtoras, chamadas de quebradeiras de coco babaçu, nos próprios campos, chamados de babaçuais.
A organização social das quebradeiras de coco passou a constituir um fator diferencial para a continuidade da produção extrativista, já que isso caracteriza uma fonte de renda em locais com difícil acesso a outras fontes. Além disso, a terra e os babaçuais são considerados recursos de uso comum, incentivando a agricultura familiar e o manejo sustentável desse recurso, como acessório à outras atividades, como pecuária e outros plantios.
Figura 1. Quebradeira de coco babaçu, no interior do estado do Maranhão.
Outro grande aspecto interessante para incentivo da utilização do óleo de babaçu, em relação à sustentabilidade e geração de oportunidades na sua produção, é o completo aproveitamento dos seus frutos e folhas. Suas folhas são utilizadas na armação de cobertas para casa; as fibras das folhas são utilizadas para produzir produtos artesanais.
Já com relação ao fruto, a camada externa do coco, chamada de epicarpo, é fibrosa, podendo compor adubos orgânicos, estofados de bancos de carros, vasos, e inclusive substituir isopor em embalagens. O mesocarpo logo abaixo, rico em amido, é muito interessante para a indústria alimentícia, enquanto o endocarpo pode ser utilizado no lugar da lenha, como combustível.
Mas, a maior riqueza do babaçu está na sua amêndoa, que possui um óleo muito distinto, rico em propriedades e com grande valor de origem. O óleo de babaçu é largamente utilizado nas regiões produtoras tanto para fins alimentícios, como ativo terapêutico, como anti-inflamatório, vermífugo, para o tratamento de miíase, micose, feridas na pele, picadas de aranha.
Na indústria cosmética, esse óleo é igualmente desejado; além de possuir uma fragrância muito agradável e ser facilmente compatível com outros ativos oleosos, o óleo de babaçu é uma fonte láurica, ácido graxo geralmente encontrado em maior concentração em manteigas vegetais. A composição química do óleo de babaçu é semelhante ao óleo de palmiste, com a grande vantagem de ser produzido de maneira sustentável, além de ser também mais nutritivo e emoliente.
Na sua composição ainda se destacam os ácidos mirístico, palmítico e oleico. O óleo ainda é uma fonte natural de tocoferóis, também conhecidos como vitamina E, principais antioxidantes lipossolúveis no plasma e na membrana dos tecidos. O óleo de babaçu é muito estável a altas temperaturas, com um ponto de fusão baixo, e alto índice de saponificação tornando-o muito apropriado para substituição de gorduras de origem animal.
Tabela 1. Formulações utilizadas para o teste de eficácia do óleo de babaçu como ativo para tratamento e manutenção de cabelos oleosos.
É importante notar que o ácido láurico possui também ação antimicrobiana. Desse modo a indústria cosmética usa o óleo de babaçu não só para a pele seca e áspera, mas para a pele oleosa e inflamada, com dermatite atópica e coceira. Não só na pele o óleo de babaçu exibe esse desempenho, mas também nos cabelos e couro cabeludo, sendo indicado para revitalização de cabelos frágeis e tratamento para cabelos oleosos, pois não pesa nos fios e permite alinhamento e redução do frizz.
Em um teste de meia cabeça com voluntárias, o óleo de babaçu exibiu ótimos resultados, quando aplicado em um shampoo de limpeza sem agentes condicionantes. As voluntárias relataram que se sentiram satisfeitas com a performance do produto, com relação aos sensoriais, tanto à úmido, quanto a seco.
Figura 2. Teste de meia-cabeça com o óleo de babaçu em um shampoo para cabelos oleosos e fracos.
Toda essa performance é alcançada pois o óleo bruto de babaçu mantém conservadas todas as características naturalmente encontradas no fruto. O Grupo Citróleo, reconhecido internacionalmente por fornecer soluções naturais e sustentáveis para o mercado de cosméticos, fornece o óleo de babaçu não refinado, com aplicações das mais diversas, desde hidratante, emoliente, até como insumo para produção de tensoativos e emulsificante natural.
O óleo de babaçu da Citróleo tem valor de origem: das quebradeiras do coco até as prateleiras do mundo todo, o ativo vegetal garante eficácia e benefícios sensoriais, estéticos e dermatológicos, imprescindíveis para o sucesso do cosmético final. Mas, sobretudo, carrega também o conhecimento inestimável, a cultura popular, e a produção sustentável, que nenhum similar sintético é capaz de substituir.
Referências
ARAÚJO, V. F. et al., Plantas da Amazônia para Produção Cosmética. Universidade de Brasília ‐ UnB, 2007.
CARRAZZA, L. R. et al., Manual Tecnológico de Aproveitamento Integral do Fruto e da Folha do Babaçu, 2ª edição, Brasília – DF, 2012 ISPN.
GOUVEIA, V. M. O mercado de amêndoas de babaçu no estado do Maranhão. Publicação: PPGEFL. TD – 056/2015, Tese de Doutorado, Universidade de Brasília ‐ UnB, 2015.